terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Convento dos Capuchos

Convento dos Capuchos foi fundado por D. Álvaro de Castro, filho do vice-rei da Índia D. João de Castro, no ano de 1560.
Diz a lenda que o nobre se terá perdido na Serra durante uma perseguição a um veado, e que debaixo de um penedo adormeceu cansado. Em sonhos ter-lhe-á sido comunicada a necessidade de ali se criar um templo cristão.
D. João de Castro morreu antes da concretização do convento, mas o seu filho D. Álvaro de Castro honrou a vontade do pai e o Convento foi mesmo construído.
Nele habitaram sucessivas comunidades de frades franciscanos, dedicados ao trabalho interior. A primeira comunidade era composta por oito frades, sendo o mais conhecido de todos Frei Honório que de acordo com a lenda viveu até perto dos 100 anos apesar de ter passado as últimas três décadas da sua vida tendo como «casa» uma pequena gruta dentro da cerca do convento, cumprindo penitência.
A pobreza foi levado ao limite na sua construção. O convento possui uma área relativamente reduzida e várias das suas celas têm portas revestidas a cortiça com altura inferior à de um homem, de modo a induzir a genuflexão. Os elementos decorativos são também escassos, tendo sido mantidos ao mínimo. No refeitório existe uma grande laje de pedra a servir de mesa, oferta do cardeal-rei D.Henrique.
Após a sua vista ao convento, em 1581, D.Filipe I de Portugal terá comentado : "De todos os meus reinos, há dois lugares que muito estimo, o Escorial por tão rico e o Convento dos Capuchos por tão pobre".
Com a extinção das Ordens Monásticas em 1834, a comunidade de religiosos franciscanos viu-se obrigada a deixar o convento. O espaço foi adquirido pelo Visconde de Monserrate e mais tarde passou para a posse do Estado Português.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Fonte da Sabuga

A qualidade salutífera das águas da bica da Sabuga, de origem vincadamente medieval - o topónimo surge, pela primeira vez, num documento de 1406 , contribuíram para que cedo se transformasse num referencial sintrense. De facto, a sua qualidade milagreira deu-lhe o epíteto de «a mais celebre» de entre todas as fontes de Sintra, e nela a Sua Majestade, D. Luísa de Gusmão, deliciou-se «com a famosa água», em 1652.
Nos alvores do evo setecentista, a fonte foi «mandada fazer de novo»
como o atestará uma epígrafe anotada por Almeida Jordam: ESTA OBRA MANDOU FAZER / O SENADO DA CAMERA DESTA VILLA / SENDO PRESIDENTE DELLA O / DOUTOR MATHIAS FRANCO / FERREIRA NO ANNO DE M.DCC.IX. A célebre fonte, todavia, sofreu grandes estragos com o purulento terramoto de 1755, mas dois anos depois estava refeita, conforme o atesta a lápide aposta ao frontal: ESTA OBRA MANDOV FAZER O SENADO / DA CAMARA DESTA VILA SENDO PRE / ZIDENTE O D.R MARCELINO IOZE DE PON / TES VIEIRA E O PROCURADOR ANTO RIB / DE CEQVEIRA RIBAFRIA ANNO 1757.
Em termos arquitectónicos, o prospecto do fontanário resultante da restauração pós-terramoto aproxima-se bastante do actual, permanecendo coroado por coruchéus alternados com frontões envoluteados de gosto barroco, abrindo-se, ao centro, a pedra de armas do município envolvida numa fina cercadura. Estão, também, documentados trabalhos de beneficiação em 1804 e em 1850. Mas, a última grande intervenção data já de 1956, quando se colocou o lambril de azulejos azuis e brancos com putti enquadrando aparato floral.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Palácio Nacional de Sintra

Remonta a um primitivo palácio que terá sido doado pelo rei João I de Portugal ao conde de Seia, em 1383, voltando para a posse real pouco depois.
O palácio foi reedificado no século XV, altura em que foram realizadas obras que visaram aligeirar a massa da construção e enriquecer a decoração interior, aplicando-se-lhe azulejos andaluzes.
Entre 1505 e 1520 ergueu-se a chamada ala manuelina e, em 1508, teve início a construção da Sala dos Brasões.
Durante o reinado de D. João III edificou-se o espaço entre as alas joanina e manuelina. No século XVII, sob a orientação do conde de Soure, procedeu-se a obras de alteração e ampliação. Entre 1683 e 1706, renovaram-se as pinturas dos tectos de alguns compartimentos.
Em 1755 foram realizadas importantes obras de restauro, no seguimento dos danos causados pelo terramoto, e edificada a ala que vai do Jardim da Preta ao Pátio dos Tanquinhos.
Nos últimos anos do regime monárquico, o palácio foi a residência de verão da rainha D. Maria Pia, a última habitante régia do Paço da Vila de Sintra.
Aqui tiveram lugar várias recepções oferecidas pela rainha aos estadistas que visitavam o seu filho, como o Imperador Guilherme II da Alemanha, o Presidente de França, Émile Loubet, entre outros.
O palácio encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Museu Anjos Teixeira

Inserido em pleno Centro Histórico, no trajecto entre o edifício dos Paços do Concelho e a Vila Velha de Sintra, o Museu Anjos Teixeira poderá passar despercebido a quem, por instinto, segue o tradicional itinerário da Volta do Duche.
A 24 de Setembro de 1974, Mestre Pedro Augusto dos Anjos Teixeira legou oficialmente à Edilidade Sintrense, todo o seu espólio (de cariz neo-realista) e, ainda, boa parte do de seu pai, Artur Gaspar dos Anjos Teixeira, ficando, deste modo, as obras de dois grandes Mestres escultores contemporâneos reunidas no mesmo espaço, o qual abre ao público apenas em 1976.
Desde essa data, e até 1982, esteve em exibição a quase totalidade dos trabalhos escultóricos destes dois artistas, altura em que a velha serração é fechada para obras de restauro, remodelação e ampliação integrais, de acordo com a escritura de doação em 1974, em que a Câmara ficou obrigada à construção de dependências para uso privado do Mestre.
Neste contexto, passou o Mestre a residir no edifício, transformando-o numa Casa-Museu pública e num Atelier vivo, onde deu aulas de escultura entre 1977 e 1992. O museu reabriu ao público em 2008.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Fonte Mourisca

Edificada em 1922, substituiu o antigo Chafariz da Câmara, com o intuito de valorizar a entrada de Sintra e de «dignificar a água mais apreciada de Sintra».
Com o alargamento da estrada, em 1960, o fontanário foi desmontado. Vinte anos depois, a Câmara Municipal de Sintra reergueu o monumento, não no seu primitivo lugar, mas uma vintena de metros mais adiante, em plena Volta do Duche. A sua grandiosa arquitectura revela um modernismo revivalista dos anos 1920. Trata-se de uma estrutura de desenho neo-árabe. O edifício que alberga o fontanário é "dinamizado" por um grande arco em Ferradura denticulado, onde se rasgam três outros arcos em ferradura, também denteados e emoldurados por azulejos neo-mudéjares, impondo-se ao centro, a pedra d`armas do Município.
As colunas assentam em socos elevados projectando-as nos capitéis de geométrica e diferenciada decoração. Esta composição desenvolve-se por entre azulejos ao estilo mudéjar e de intensa policromia, permanecendo bordejada por um possante friso relevado de cariz geometrico onde assentam merlões escadeados, similares aos do Paço Real. No interior as paredes permanecem revestidas por azulejos de inspiração mudéjar. E, ao centro, impõe-se o fontanário, cuja bica de bronze emerge de um florão e a água derramada resguarda-se em tanque oval com bordo concheado.