quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Castelo dos Mouros

Construído num rochoso pico da agreste serrania, sobranceiro à Vila de Sintra. Não se sabe exactamente a altura em que foi criado o castelo, as primeiras provas documentais reportam à época de plena ocupação muçulmana, concretamente ao século XI.
Em 1093, D. Afonso VI, Rei de Leão, tomou Sintra aos muçulmanos; após 16 anos, saqueou o castelo dos Mouros, que os muçulmanos haviam recuperado. Por essa altura e por breve tempo, o conde D. Henrique o possuiu. Em 1147, após a conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques, o castelo entregou-se voluntária e definitivamente aos cristãos.
D. Afonso Henriques confiou então a guarda da fortaleza a "trinta povoadores", aos quais foram concedidos privilégios através de foral, outorgada pelo próprio Rei, em 1154. Com o contínuo e firme avanço da Reconquista cristã para Sul, o Castelo dos Mouros foi perdendo a sua importância estratégica.
Em inícios da Segunda Dinastia, a consolidação da nacionalidade, a estabilidade social e a reorganização do reino, conduziram ao abandono total da grande fortaleza.
Nos finais de quatrocentos, apenas habitavam o sítio do castelo alguns judeus, que aí permaneciam, segregados da comunidade, por ordem régia.
D. Manuel I extinguiu os "grupo minoritários" e, na sequência dessa atitude, o Castelo dos Mouros despovoou-se por completo. Abandonada, a fortaleza sentiu a implacável passagem do tempo e foi-se arruinando. Estado que se agravou «(...) por causa do terramoto de 1755 (...); a maior parte dos muros deste Castelo demoliu-se em muitas partes». No século XIX, D. Fernando II aforou a velha fortaleza e procedeu ao seu restauro integral.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Quinta da Seteais

A Quinta de Seteais encerra testemunhos que regressam do pó dos séculos, através do magnífico edifício inaugurado no ano de 1787 e cuja configuração actual data de 1802. Mandado construir pelo holandês Daniel Gildemeester, proeminente homem de negócios protegido do Marquês de Pombal, ao Palácio de Seteais foi dada a elegante fachada neoclássica e respectivo Arco Triunfal, por D. Diogo Vito de Menezes Coutinho, 5º Marquês de Marialva. Aquele negociante holandês tinha arrendado em 1762, à família de Marquês de Pombal, um palacete localizado nas Janelas Verdes e terá sido inspirado pelo despique pessoal, mantido com o francês Gérard De Visme. Devido a essa rivalidade, lançou-se na compra em 1783 do Campo de Seteais e ali mandou construir o Palácio a que foi dado o mesmo nome, tendo sido inaugurado em 25 de Julho de 1787, com uma sumptuosa festa onde esteve presente entre muitos convidados ilustres, o inglês William Beckford. A família deste proprietário holandês não se terá deslumbrado com o local e a vista, após a morte deste em 1793, vendeu o Palácio ao Marquês de Marialva. Também o fidalgo português não usufruiu muitos anos da residência, tendo falecido em 1803, não sem antes marcar definitivamente a traça arquitectónica do edifício construído num "... campo aberto e inculto, tão bem denominado..." do(s) Seteal(ais), conforme é descrito o terreno em acta da Câmara Municipal de Sintra, datada de 8 de Julho de 1800, na sequência da qual o pedido de aforamento feito em nome do Marquês, foi atendido por escritura datada de 19 de Maio do ano seguinte. Ao contrário do que se verificou com o primeiro proprietário, a consulta dos diferentes contratos de empreitada, celebrado pelo marquês possibilitou um melhor conhecimento dos intervenientes na sua beneficiação construtiva e os nomes de diversos artífices juntaram-se ao nome do arquitecto José da Costa e Silva, como o mais credível autor dos projectos da fachada e do arco. Extinta a Casa de Marialva, com o falecimento em 1823 do 6º Marquês, o Palácio pouco mais tempo foi habitado. No final do século XIX, o Conde de Sucena adquiriu-o, tendo sido depois vendido pelo sucessor ao Estado, passando a ser utilizado como unidade hoteleira de prestígio.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Quinta da Regaleira

A documentação histórica relativa à Quinta da Regaleira é escassa para os tempos anteriores à sua compra por Carvalho Monteiro. Sabe-se que, em 1697, José Leite era o proprietário de uma vasta propriedade nos arredores da vila de Sintra, que hoje integra a Quinta.
Francisco Albertino Guimarães de Castro comprou a propriedade (conhecida como Qu
inta da Torre ou do Castro em 1715), em hasta pública, canalizou a água da serra a fim de alimentar uma fonte aí existente.
Em 1830, na posse de Manuel Bernardo, a Quinta toma a actual designação. Em 1840, a Quinta da Regaleira é adquirida pela filha de uma negociante do Porto, de apelido Allen, que mais tarde foi agraciada com o título de Baronesa da Regaleira. Data deste período a construção de uma casa de campo que é visível em algumas representações iconográficas de finais do século XIX. A história da Regaleira actual principia em 1892, ano em que os barões da Regaleira vendem a propriedade ao Dr. António Augusto Carvalho Monteiro por 25 contos de réis. A maior parte da construção actual da quinta teve início em 1904 e estava terminada em 1910.A quinta foi vendida a Waldemar d'Orey em 1942 que, sem ter desvirtuado o que tinha sido concebido, procedeu a grandes obras de modo a acolher a sua grande família e profundíssimas obras de restauro, já que a casinha não era cuidada há muito. Em 1987 a Quinta da Regaleira é adquirida pela empresa japonesa Aoki Corporation e deixa de servir como habitação, sendo entregue ao cuidado de caseiros e permanece fechada ao público.
Em 1997, a Câmara Municipal de Sintra adquire este valioso património, iniciando pouco depois um exaustivo trabalho de recuperação do património edificado e dos jardins. Actualmente, a Quinta da Regaleira está aberta ao público e é anfitriã de diversas actividades culturais.



quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Parque de Monserrate

O Parque de Monserrate situa-se no lado norte da Serra de Sintra e ocupa uma área de cerca de 50 hectares. O seu nome deriva de uma ermida construída neste local em 1540 pelo sacerdote Gaspar Preto, após uma peregrinação que fez ao santuário de Nossa Senhora de Monserrate na Catalunha.
No século XVIII era propriedade da família Melo e Castro, que em 1790 o arrendou ao comerciante inglês Gerard Devisme que construiu um palácio em estilo neogótico. Este subarrendou-o ao riquíssimo William Beckford, seu compatriota, que promoveu alterações ao estilo do palácio e criou um jardim paisagístico.
Em 1809 foi visitado por Lorde Byron, poeta britânico e uma das pessoas mais influentes do Romantismo. Mais tarde, em 1856, a Quinta de Monserrate foi adquirida pelo súbdito britânico Francis Cook, apesar de ter um grande grau de degradação, adequiriu-o para o reconstruir em estilo oriental. O Parque obedeceu aos planos do arquitecto James Burt que procurou recriar ambientes de várias partes do globo, fazendo um aproveitamento das condições naturais e das possibilidades cénicas da vegetação existente introduzindo mais de 1000 plantas. A paisagem construída e a variedade das espécies sub-tropicais, levam a que o Parque de Monserrate fosse considerado um dos mais notáveis jardins exóticos do mundo, no período Vitoriano.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Palácio da Pena

No século XVI, D. Manuel I mandou construir o convento de madeira para a Ordem de São Jerónimo, substituindo-o ligeiramente mais tarde por um de cantaria para 18 monges. No século XVIII, um raio destruiu parte da torre, capela e sacristia. Isto ocorreu pouco antes do fatídico terramoto de 1755, que deixou o convento em plena ruína. O Terramoto de 1755 que devastou Lisboa e os arredores. O mosteiro ou Convento da Pena caiu em ruínas. Apenas a Capela, na zona do altar-mor, com o magnífico retábulo em mármore e alabastro atribuído a Nicolau de Chanterenne, permaneceu intacta.
As ruínas, no topo escarpado da Serra de Sintra, maravilharam o jovem príncipe D. Fernando. Em 1838, decidiu adquirir o velho convento, a cerca envolvente, o Castelo dos Mouros, as quintas e matas circundantes. Logo se tornaria um «alto-lugar» do romantismo europeu. O monumento actual foi mandado edificar por D. Fernando de Saxe Coburgo-Gota, casado com a Rainha Maria II em 1836. Homem culto, e com uma educação muito cuidada, o futuro Rei Fernando II depressa se apaixonou por Sintra. Ao visitar a montanha pela primeira vez, avistou as ruínas do antigo Convento dos Frades Hieronimitas, erguido no reinado de D. João II, e que tinha sido substancialmente transformado pelo rei Manuel I de Portugal. Este, no cumprimento de uma promessa, ordenou a sua reconstrução de raiz, em homenagem a Nossa Senhora da Pena, doando-o de volta à Ordem dos Monges de São Jerónimo. Iniciou logo a seguir obras de consolidação do velho convento, dotando-o de novos acessos em túnel. Em 1840, dois anos antes que Varnhagen desse à estampa a sua colecção de artigos sobre os Jerónimos, D. Fernando decidiu a ampliação do Convento de forma a construir um verdadeiro paço acastelado romântico, residência de verão da família real portuguesa. O novo projecto foi encomendado ao mineralogista germânico barão Guilherme von Eschwege, amador de arquitectura.
Pensou, igualmente, em mandar plantar um magnífico parque, à inglesa, com as mais variadas, exóticas e ricas espécies arbóreas. Desta forma, Parque e Palácio da Pena constituem um todo magnífico. O Palácio, em si, é um edifício ecléctico onde a junção de vátios estilos e o movimento dos volumes são uma invulgar e excepcional lição de arquitectura. A obra decorreu rapidamente e estaria quase concluída entre 1847 e 1852, segundo o projecto do alemão, mas com intervenções decisivas, ao nível dos detalhes decorativos e simbólicos, do príncipe. O aparente ecletismo da arquitectura do palácio revela a intenção de fazer dele um catálogo das formas neomedievalizantes e exóticas disponíveis na altura. Do neogótico ao neomourisco, passando por sugestões indianas e pelo inevitável manuelino, tudo ali aparece, segundo um esquema fascinante de bricolage.

 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Sintra

Sintra é uma vila portuguesa no Distrito de Lisboa, na região de Lisboa, sub-região da Grande Lisboa e na Área Metropolitana de Lisboa.
Podemos encontrar em Sintra testemunhos de praticamente todas as épocas da história portuguesa, com uma dimensão que chegou a ultrapassar, pela sua importância, os limites deste território. Na candidatura de Sintra a Património Mundial/Paisagem Cultural junto da UNESCO, tratou-se de classificar toda uma área que se assumiu como um contexto cultural e ambiental de características específicas: uma unidade cultural que tem permanecido intacta numa imensidão de palácios e parques; de casas senhoriais e respectivos hortos e bosques; de palacetes e chalets inseridos no meio de uma exuberante vegetação; de extensos troços amuralhados que coroam os mais altos cumes da Serra. Também de um conjunto de conventos de meditação entre penhascos, bosques e fontes: de igrejas, capelas e ermidas, pólos seculares de fé e de arte; enfim, uma unidade cultural intacta num conjunto de vestígios arqueológicos que apontam para ocupações várias vezes milenárias.