A Quinta de Seteais encerra testemunhos que regressam do pó dos séculos, através do magnífico edifício inaugurado no ano de 1787 e cuja configuração actual data de 1802. Mandado construir pelo holandês Daniel Gildemeester, proeminente homem de negócios protegido do Marquês de Pombal, ao Palácio de Seteais foi dada a elegante fachada neoclássica e respectivo Arco Triunfal, por D. Diogo Vito de Menezes Coutinho, 5º Marquês de Marialva. Aquele negociante holandês tinha arrendado em 1762, à família de Marquês de Pombal, um palacete localizado nas Janelas Verdes e terá sido inspirado pelo despique pessoal, mantido com o francês Gérard De Visme. Devido a essa rivalidade, lançou-se na compra em 1783 do Campo de Seteais e ali mandou construir o Palácio a que foi dado o mesmo nome, tendo sido inaugurado em 25 de Julho de 1787, com uma sumptuosa festa onde esteve presente entre muitos convidados ilustres, o inglês William Beckford. A família deste proprietário holandês não se terá deslumbrado com o local e a vista, após a morte deste em 1793, vendeu o Palácio ao Marquês de Marialva. Também o fidalgo português não usufruiu muitos anos da residência, tendo falecido em 1803, não sem antes marcar definitivamente a traça arquitectónica do edifício construído num "... campo aberto e inculto, tão bem denominado..." do(s) Seteal(ais), conforme é descrito o terreno em acta da Câmara Municipal de Sintra, datada de 8 de Julho de 1800, na sequência da qual o pedido de aforamento feito em nome do Marquês, foi atendido por escritura datada de 19 de Maio do ano seguinte. Ao contrário do que se verificou com o primeiro proprietário, a consulta dos diferentes contratos de empreitada, celebrado pelo marquês possibilitou um melhor conhecimento dos intervenientes na sua beneficiação construtiva e os nomes de diversos artífices juntaram-se ao nome do arquitecto José da Costa e Silva, como o mais credível autor dos projectos da fachada e do arco. Extinta a Casa de Marialva, com o falecimento em 1823 do 6º Marquês, o Palácio pouco mais tempo foi habitado. No final do século XIX, o Conde de Sucena adquiriu-o, tendo sido depois vendido pelo sucessor ao Estado, passando a ser utilizado como unidade hoteleira de prestígio.
Não havendo referência a créditos esclareço que este desenho é de:
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