sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Palácio da Pena

No século XVI, D. Manuel I mandou construir o convento de madeira para a Ordem de São Jerónimo, substituindo-o ligeiramente mais tarde por um de cantaria para 18 monges. No século XVIII, um raio destruiu parte da torre, capela e sacristia. Isto ocorreu pouco antes do fatídico terramoto de 1755, que deixou o convento em plena ruína. O Terramoto de 1755 que devastou Lisboa e os arredores. O mosteiro ou Convento da Pena caiu em ruínas. Apenas a Capela, na zona do altar-mor, com o magnífico retábulo em mármore e alabastro atribuído a Nicolau de Chanterenne, permaneceu intacta.
As ruínas, no topo escarpado da Serra de Sintra, maravilharam o jovem príncipe D. Fernando. Em 1838, decidiu adquirir o velho convento, a cerca envolvente, o Castelo dos Mouros, as quintas e matas circundantes. Logo se tornaria um «alto-lugar» do romantismo europeu. O monumento actual foi mandado edificar por D. Fernando de Saxe Coburgo-Gota, casado com a Rainha Maria II em 1836. Homem culto, e com uma educação muito cuidada, o futuro Rei Fernando II depressa se apaixonou por Sintra. Ao visitar a montanha pela primeira vez, avistou as ruínas do antigo Convento dos Frades Hieronimitas, erguido no reinado de D. João II, e que tinha sido substancialmente transformado pelo rei Manuel I de Portugal. Este, no cumprimento de uma promessa, ordenou a sua reconstrução de raiz, em homenagem a Nossa Senhora da Pena, doando-o de volta à Ordem dos Monges de São Jerónimo. Iniciou logo a seguir obras de consolidação do velho convento, dotando-o de novos acessos em túnel. Em 1840, dois anos antes que Varnhagen desse à estampa a sua colecção de artigos sobre os Jerónimos, D. Fernando decidiu a ampliação do Convento de forma a construir um verdadeiro paço acastelado romântico, residência de verão da família real portuguesa. O novo projecto foi encomendado ao mineralogista germânico barão Guilherme von Eschwege, amador de arquitectura.
Pensou, igualmente, em mandar plantar um magnífico parque, à inglesa, com as mais variadas, exóticas e ricas espécies arbóreas. Desta forma, Parque e Palácio da Pena constituem um todo magnífico. O Palácio, em si, é um edifício ecléctico onde a junção de vátios estilos e o movimento dos volumes são uma invulgar e excepcional lição de arquitectura. A obra decorreu rapidamente e estaria quase concluída entre 1847 e 1852, segundo o projecto do alemão, mas com intervenções decisivas, ao nível dos detalhes decorativos e simbólicos, do príncipe. O aparente ecletismo da arquitectura do palácio revela a intenção de fazer dele um catálogo das formas neomedievalizantes e exóticas disponíveis na altura. Do neogótico ao neomourisco, passando por sugestões indianas e pelo inevitável manuelino, tudo ali aparece, segundo um esquema fascinante de bricolage.

 

1 comentário:

  1. Antes de partir para Sintra fui procurar sites com a história do palácio.
    Gostei do vosso blogue e apesar de ter feito uma visita guiada, percebi a grandeza do palácio através de vocês. Amanhã vou ver mais monumentos mas não irei gastar dinheiro nas visitas guiadas.

    P.S. Os sítios que recomendam para comer são maravilhosos.

    ResponderEliminar